No dia 30 de Abril, o Ministério da Educação (MEC) colocou milhares de professores do ensino público «ao serviço da empresa privada Cambridge School», vigiando, nas escolas públicas, a realização de um exame que, «disfarçado de teste diagnóstico do 9.º ano», parece enquadrar-se numa «estratégia pensada com o intuito de angariar alunos» para a referida empresa, noticia a FENPROF no seu portal.
A federação sindical afirma que, face à necessidade de esclarecer uma situação que envolve a utilização de «recursos públicos para aparente benefício de entidades privadas», realizou diversas denúncias e pondera recorrer para a Procuradoria-Geral da República.
A FENPROF sublinha ainda que colocou várias questões ao ministro da Educação e que, na ausência de respostas, persistem dúvidas sobre: as contrapartidas que o MEC obtém com esta situação; a legitimidade que do Ministério para colocar as instalações das escolas públicas e os seus recursos humanos ao serviço dos interesses da empresa referida; o direito de obrigar os professores das escolas públicas a distribuir propaganda da empresa e de os obrigar a corrigir as provas; o facto de milhares de alunos ficarem sem aulas devido à realização da prova. E destaca uma incógnita: «Que negócio estará por detrás de tudo isto?».